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Tiago - Jeferson compartilha...

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Queridos, depois de um tempo sem escrever nada, estou compartilhando algo que Deus está tratando comigo.
Ontem fui muito tocado e levado pelo Espírito a repensar coisas da minha vida que até então eu tinha como intocáveis. Além disso, também minhas atitudes como marido, pai, sacerdote, liderado, lider, servo, filho.
Gostaria de compartilhar com vocês um desses pontos que diz respeito a minha casa, lugar que chamo de "meu refúgio", lugar onde posso sentir a presença de Deus.
Fomos visitar uma igreja para acompanhar meu irmão mais novo e cunhada, que estão como ovelhas perdidas procurando pelo Bom Pastor.
A palavra falava sobre compromisso, sobre oferta (a que vem do coração) e o que isso envolve, sobre refrear a língua, sobre vida no altar e aqui, essa última palavra "altar" é que começou a incendiar meu coração.
 
Tiago 3:4 diz:
"Vede também as naus que, sendo tão grandes, e levadas de impetuosos ventos, se viram com um bem pequeno leme para onde quer a vontade daquele que as governa."

Não vou levar essa reflexão para o lado do controle da nossa língua, do que falamos, mas sim da dependência que temos de ter uma vida levada e guiada pelo Senhor.
Nós, homens de pouca fé, que gostamos de receber o louvor e gratidão que não são nossos, que gostamos do reconhecimento pelo que fazemos na igreja e que muitas vezes dependemos dele para avançar no nosso dito "crescimento" espiritual, olhamos para nós mesmos e, por tudo o que desempenhamos na Obra, acabamos nos supervalorizando. Achamos que "sem mim vai ficar difícil de a obra andar, pois sou imprescindível", ou coisas do gênero. Esquecemos que, por maior que seja a nossa embarcação, por mais sólido que seja seu casco, por mais veloz que seja, temos UM LEME e nesse leme tem de haver UM piloto, UM comandante.
Não fugindo do contexto, comecei a lembrar de uma peça de teatro que assisti em casa chamada "O Jardim do Inimigo", onde num trecho nosso próprio inimigo pergunta "quem está reinando na tua casa, hein???", dando alguns exemplos de como em muitas casas de cristãos, o Senhor não está no comando do leme.
Comecei a perguntar ao Senhor e refletir na minha vida buscando entender o que eu estava fazendo com o leme da minha casa, do meu trabalho. E o Senhor me mostrou não um leme, mas um altar quebrado. E eu mesmo muitas vezes ofereci sacrifícios sobre esse altar quebrado. Chorei angustiado perguntando ao Senhor quando foi que isso aconteceu e não demorou a resposta. A cada desobediência minha, a cada aliança que não agradava a Deus, a cada mentira, a cada passo errado, a cada mudança do meu foco, um pedaço do altar estava sendo quebrado, até que veio todo ao chão.
No nosso engano, ou melhor, não nosso, mas no que se apresenta para nós, pensamos que agradamos a Deus com alguns minutos de oração durante o dia, ou que ir ao culto e servir com nosso instrumento, com nosso cântico, ou qualquer coisa que façamos na igreja resolve e agradamos ao Pai. De fato, isso tudo faz parte, mas o que o Senhor busca não é apenas servidores, escravos ou trabalhadores, mas pessoas com quem ele tenha um relacionamento profundo de conhecimento e verdade. Uma vida de honestidade e sinceridade diante de Deus. Filhos (palavra da Heloísa Rosa no sábado).
Você já viu o que acontece com um espeto de churrasco (aqueles de inox) se ficar muito tempo sem usar? Enferruja. E de tanto tempo sem uso, a ferrugem é tão grande que não dá mais para usar e é preciso jogar fora e comprar novo. Imagina passar o mesmo tempo que você passa sem conversar com Deus, só que no lugar de Deus você coloca alguém que você convive muito, por exemplo, seu filho, sua esposa, seu pai, seu amigo mais chegado. Com o tempo, essa relação vai esfriando, esfriando, esfriando, até que não haja nada mais em comum e o amor que inicialmente alimentava essa relação pareça não existir mais.
Falamos tanto no AMOR DO PAI, mas realmente VIVEMOS esse amor? Como é isso? Que amor é esse? É o amor que mesmo passando tanto tempo, mesmo nos esquecendo do Senhor nas horas que mais deveríamos buscá-lo, encontra um pai de braços abertos esperando pelo abraço do filho, esperando pela ATENÇÃO desse filho, esperando para desenvolver um relacionamento de amor e cuidado, de zelo.
Vida no altar é vida de relacionamento com Deus. Vida no altar é estabelecer esse altar na nossa casa, no nosso trabalho e oferecer a nossa oferta de amor. Quando falamos em sacrificar alguma coisa, logo vem a nossa mente que vamos PERDER isso, pois sacrifício lembra fogo, morte, coisas do gênero. Mas não é bem assim. Quando os sacerdotes sacrificavam ao Senhor, eles estavam OFERTANDO ao Senhor o que tinham de melhor e o Senhor abençoava muito mais do que aquilo que estava sendo sacrificado. Sacrificar nossos pensamentos, nossas vontades, nossos sonhos, não significa que temos que chorar e esmurrar a parede porque
vamos abrir mão de algo que tanto queremos, mas que vamos entregar para o Senhor, pois tudo o que temos, o que somos e o que fazemos devem apontar para Ele, o autor e consumador da nossa fé. Quando entregamos, descansamos, as realizações passam a ser dEle, não nossas, transferimos o CONTROLE do nosso barco para o Pai, exaltamos o Senhor na nossa vida e ele se encarrega do resto.
Lembrei de uma palavra que compartilhei uma vez numa vigília em Beith Shalom. Em Jz 6, fala do chamado de Gideão, mais exatamente no verso 34a "Então o Espírito do Senhor apoderou-se de Gideão..."
Antes de isso acontecer, houve uma aliança restaurada com Deus. Gideão contruiu um altar em honra ao Senhor e destruiu o altar que estava erguido a Baal, mesmo contrariando a sociedade onde ele vivia. O Senhor o chamou e confrontou Gideão com seu medo, com suas incertezas (ele pediu sinais ao Senhor para confirmar que ele realmente deveria ir à batalha). Percebi a imensa misericórdia do Senhor para conosco quando ele chama a atenção para DESTRUIRMOS as alianças que fizemos com o mundo, com o pecado, e restaurarmos a aliança de amor ao Senhor.
Trazendo para nossa vida prática: oramos, lemos a palavra, compartilhamos, tocamos nossos instrumentos, cantamos, levantamos nossas mãos, nos arrependemos dos nossos pecados, tudo isso querendo ser CHEIOS do Espírito Santo, certo? Mas além de tudo isso, dentro de nossa casa temos altares erguidos a Baal, temos alianças, pactos na maioria das vezes sem saber, mesmo que o Espírito grite desesperadamente tentando chamar nossa atenção, achamos que "nada a ver, isso pode". A "casa" em questão pode ser nosso próprio coração, nosso viver diário. Triste imaginar o que acontece no coração de Deus numa hora dessas.
Gente, escrevo isso porque é o que Deus está trabalhando em MIM. Por isso compartilho com vocês, pois sei que Deus é tão misericordioso que pode trabalhar na vida de vocês também e fazer diferença de verdade, assim como está fazendo na minha.
Por que Deus faria isso? Por que se preocupar tanto mesmo com a nossa negação ao propósito de Deus quando pecamos? Eu me perguntei, pois lembrei da palavra em Sl 8:4 "Que é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites?", assim como Jó 7:17, 18 "Que é o homem, para que tanto o engrandeças, e ponhas nele o teu coração, e cada manhã o visites, e cada momento o proves?". Pois é a resposta veio mais rápido do que terminar de escrever este parágrafo. João 3:16, 17 "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele."
Difícil resistir a tanto amor. Difícil resistir a um olhar que penetra nosso íntimo e de quem nada podemos esconder. Impossível conhecer ao Senhor de verdade e não seguí-lo, não entregar o coração definitivamente a Ele.
Como tem muita palavra sendo digerida ainda, vou escrevendo aos poucos (poucos??) e envio.
Que Deus abençõe cada um de vocês.
Grande abraço e boa semana!

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